Imagens ilustrativas das cartilhas

Em pleno século 21 muitas organizações ainda não atentaram para a necessidade de se investir em comunicação com o público interno. A estratégia comunicacional, que deveria estar nas mãos de um profissional da comunicação, preferencialmente um Relações Públicas, muitas vezes acaba sendo relegada a um plano secundário e sob o comando de gestores de algum setor administrativo, de Recursos Humanos ou mesmo sendo esquecida. Os psicólogos, na maioria das vezes, dão o tom daquilo que chamam de comunicação interna. E algumas agências de publicidade tentam adaptar a linguagem da comunicação externa ou corporativa ao que chamam de endomarketing.

Há alguns anos a ABERJE – Associação Brasileira de Comunicação Empresarial, vem reunindo e publicando artigos de especialistas como Paulo Nassar que tratam do assunto e contribuem para o estudo desta especialidade. Ele é um dos defensores de que a Comunicação Organizacional é parte integrante da inteligência empresarial. E, como tal, não pode ser apenas uma divulgadora de jornaizinhos e murais com os aniversariantes do mês. A comunicação interna hoje não se resume a fazer mídia mas assegurar o alinhamento empresarial naquilo que impacta a cultura e os resultados, o comportamento, a política e a reputação da organização.

Como processo , a comunicação tem que ser vista como agende de transformação em que não há emissores e receptores passivos mas sim indivíduos diferentes que necessitam ser impactados e mobilizados de formas distintas para que se sintam motivados a participar, colaborar, agregar e vestir, efetivamente, a camisa da instituição.

Como profissional que há anos atua com uma visão multidisciplinar e sistêmica de comunicação que vem obtendo resultados muito interessantes no campo da comunicação interna, chamo atenção para as novas necessidades das organizações. Não há fórmulas mágicas, mas saber ouvir o público com quem precisamos nos comunicar é o principal passo. Daí minha defesa de que a comunicação interna deva ser capitaneada por um estrategista de comunicação: o RP, que tem uma formação mais completa que a do jornalista e a do publicitário e está apto a pesquisar e diagnosticar os problemas de comunicação. Questões às vezes mínimas, que causam transtornos e prejuízos enormes às organizações. É preciso que se perceba que o RH lida com as pessoas mas não domina o ferramental nem as estratégias de comunicação e que o profissional de Marketing ou o criativo, sozinho, na maioria das vezes não dá conta da comunicação organizacional. Porque não se trata de midiatização, marketing, publicidade ou propaganda. Trata-se de estratégia de relacionamento.

 

Robson Fontenelle é Diretor Geral da FBK Comunicação Integrada. É jornalista e publicitário, especialista em Gestão Empresarial e Mestre em Literatura e Cinema. É professor da Pós Graduação da PUC-Minas e do Pitágoras.

 

Artigo originalmente publicado no Jornal Minas Marca em Agosto de 2012.